Blog

 ALBERTO VILANOVA BIBLIÓFILO EXCELENTE, por JOSÉ PAZ RODRÍGUEZ

Nom é a primeira vez que comentamos que na nossa cidade estám esquecidos muitos dos seus vultos mais importantes. O esquecimento é proverbial em casos como o de “Ben-Cho-Shei” ou incluso o de Cuevilhas, mais estudado nas universidades alemanas que nas da Nossa Terra. Ourense é um dos lugares nos que mais amnésia colectiva hai e o esquecimento das nossas mentes mais preclaras resulta já indignante. Ao melhor por culpa da mediocridade de muitos dos nossos governantes, que desconhecem a nossa história. Um dos casos mais sangrantes é o esquecimento ao que está submetido esse grande bibliófilo que foi Alberto Vilanova Rodríguez. Nós estamos-lhe inmensamente agradecidos, pois a sua extraordinária biblioteca conserva-se na Deputaçóm Provincial, onde pudemos consultar infinidade de temas para os nossos trabalhos de pescuda. Tráta-se de uma grande biblioteca que é um tesouro para

Ourense.

Trazida no seu dia desde Buenos Aires, amostra-nos cousas maravilhosas : o carinho que Vilanova tinha polos livros, o seu espírito aberto diante de toda manifestaçóm cultural e a grande variedade de temas dos seus numerosos livros. Capítulo aparte merecem os miles de recortes de jornais e revistas, que som verdadeiras joias para o investigador. Atrevemo-nos à dizer que quase nom existe tema que nom se recolha em esta excelente biblioteca. E ademais de todas as tendéncias, polo que todos os investigadores têm aquí um verdadeiro manantial para as suas pescudas. Vilanova amava os livros e esse seu amor deixouno-lo aos ourensanos por médio da sua biblioteca. Alí encontramos nós, guardados como ouro em pano, numerosos artigos de Tagore e sobre Tagore, publicados em infinidade de jornais argentinos, galegos e espanhois. Os artigos de Tagore publicados en La Nación de Buenos Aires nos anos 1924 e 1925 som muito importantes. E, graças a Vilanova, témo-los em Ourense!, sem ter que ir alá. Hai pouco tempo que a “mente preclara” do alcaide Cabezas, sem consultar-se a ninguém, propunha o nome do escritor Valente para a futura biblioteca da cidade alá em S. Francisco. Nom discutimos a sua valia literária, mas a sua biblioteca mandou-na para Compostela e nom a deixou na sua cidade. Quem realmente merece que leve o seu nome é Alberto Vilanova. Que nem tam siquera tem uma rua dedicada alí onde nasceu e morreu, como tampouco Albendea. Mas sim curiosamente a tem em Carvalhinho, graças à sensibilidade no seu dia de Argimiro Marnotes. Nom acreditarám vostedes, mas é a verdade.

Quém era Alberto Vilanova? Alberto nasceu em Ourense no ano 1.910 (o mesmo ano em que nasceu o nosso pai e se criou La Región). Licenciou-se em Direito e em Filosofia e Letras e no 1936 conseguiu o Prémio Nacional de História. Mantivo sempre o aprécio pola República e morreu mantendo vivo o espírito republicano. Polas suas ideias foi condenado a morte e muito teve que loitar o seu pai Sérgio Vilanova Lorenzo para lograr ao final que nom fosse injustamente fusilado. Em 1954 estabeleceu-se na Argentina como um galego mais exilado. Alí foi sempre apreciado pola comunidade galega e por todos os centros galegos. Pronunciou numerosas conferéncias. Ao comezo trabalhou para várias editoriais e logo conseguiu a cadeira de lingua e literatura galaico-portuguesa na Universidade Nacional da Plata e a mesma no Centro Lucense. Trabalhou também na Universidade Nacional do Noroeste, ocupando as cadeiras de história medieval e moderna. Radicado mais tarde em Bahia Blanca, trabalhou na Universidade do Sul. Participou na fundaçóm da AGUEA e formou parte do programa radiofónico e da revista Galiza Emigrante que dirigia Luis Seoane. Colaborou no jornal Galiza da Federaçóm de Sociedades Galegas. Foi ademais presidente da Comissóm de Cultura do Conselho da Galiza. Entre os seus escritos destacamos em primeiro lugar o seu excelente trabalho sobre a vida e obra de Curros Enríquez, livro que foi premiado. Mas é a sua magna obra Los Gallegos en la Argentina, editado em dous volumes polo Centro Galego, pola que merece figurar com letras de ouro  no anaquel da nossa história e cultura. Organizado com grande rigurosidade e exaustividade, revela o magnífico investigador e bibliófilo que era Vilanova. Esta grande obra, como muito bem sinalava hai bem pouco a sua filha Chomina, que mora na nossa cidade e que queremos conhecer, nom seria possível se ao final fosse fusilado polos golpistas franquistas. Alberto Vilanova regressou finalmente à cidade que o vira nascer no ano 1982 e morreu na mesma no ano 1985. Condeados ao esquecimento por um ensino anti-galego nós fumos dos que, embora moravamos nesta cidade, nom chegamos a conhecer nos últimos anos da sua vida a este bibliófilo exemplar, do que, com razóm a sua filha se sinte orgulhosa de sê-lo. Quanto nos gostaria a nós ter conhecido a Vilanova! Temos que conformar-nos com o legado excelente que nos deixou. Nom sem pedir a quém corresponda que se lhe dedique uma rua importante da cidade, que se lhe ponha o seu nome à futura biblioteca, que se fomente o conhecimento da sua obra entre os jovens e que se apoie a um investigador para que escreva e publique por fim a sua biografia . Que, por certo, bem merece.

José PAZ RODRÍGUEZ (Didata e Pedagogo Tagoreano)
Alberto Vilanova - Ensaísta e Historiador | Aviso Legal | © 2011 albertovilanova.com
Deseño: Jose Lameiras Vilanova    ACV Galaica